E sem o programa que monta as rotas, você se garante?

Imaginar o mundo do setor de transportes sem os atuais aplicativos de roteirização é quase irreal. Mas, quem também imaginou que em 2019 haveria uma pandemia mundial? Ou, até mesmo, que uma greve de caminhoneiros, em 2018, pararia grande parte da malha rodoviária de um país?


Pois bem, olhando para todos os avanços no setor logístico, vimos que os programas de roteirização automática, parametrizada e com geolocalização compõem uma das mais valiosas soluções para rotina operacional. Os antigos profissionais, quase que artesões dos roteiros de entrega, que sabiam intimamente nomes de ruas, regiões e particularidades foram perdendo espaço para esses programas mágicos. E isso é normal, é o caminho natural da evolução. Mas, e se a internet cair? Quais são os pilares do processo de montagem de rota?

Pensando nisso, e depois de esquentar muito o juízo tentando montar os quebra-cabeças das entregas, e não encontrando um passo-a-passo claro, deixo algumas dicas simples que podem ajudar em sua rotina (mesmo usando os maravilhosos aplicativos!) de roteirizador:

1 – Menor distância entre dois pontos é um segmento de reta: Conceito básico de geometria que auxilia na montagem de carga. Parece bobo, mas traçar suas regiões e rotas com base nas rodovias principais da sua zona de atendimento é o primeiro passo. Não temos como viajar em linha reta, mas as nossas rodovias servem como balizador. Abaixo, na figura 1, um exemplo, partindo da cidade de Feira de Santana-BA (maior entroncamento rodoviário Norde/Nordeste do país).

Caso sua zona de atendimento seja local, dentro do município, esta mesma lógica se aplicará nas maiores ruas/avenidas da cidade.

Figura 1 – Rascunho de roteiros – FSA-BA

2 – A volumetria prioriza a região: Como em uma aula de física, em que esticamos um lençol e colocamos bolas de gude sobre o pano, vemos a gravidade atrair as menores gudes para próximos das gudes mais pesadas. Assim também é a nossa rota de entrega. As zonas com maior volume são as prioridades, e os demais atendimentos próximos serão puxados e formarão as microrregiões.

Abaixo, imagine que os círculos vermelhos representam a volumetria da região. Logo, quanto maior o círculo, maior a quantidade de entregas naquela zona. Esta dica não muda o desenho do roteiro, mas influencia diretamente na frequência de entregas. Ter mais visitas a região pode gerar mais vendas para o polo, bem como as zonas vizinhas.

Figura 2 – Volumetria de entregas em círculos

3 – Em caso de rota-balão, saída pelas laterais: Como nem tudo é perfeito, e a dinamicidade das operações trazem desafios todos os dias, torna-se necessária a união de vias para a otimização das entregas. Logo, os roteiros fazem diversos desenhos além das nossas retas tradicionais.

No estado da Bahia, por exemplo, existem regiões (como a Chapada Diamantina) em que o desenho da rota vira uma espinha de peixe. No litoral do Piauí, o desenho do roteiro é feito em “dentes”, onde o carro entra e sai, em direção ao litoral.

Mas, na maioria dos casos, o desenho da rota se assemelha com um “balão”. No qual sai do ponto de distribuição pela via A, e retorna pela via B. Perceba o exemplo da figura 3, partindo da cidade de Petrolina-PE. No qual todas as zonas são de mesma volumetria, o veículo de entrega segue o roteiro de forma que não passe duas vezes no mesmo local:

Figura 3 – Rota12 BALÃO – Petrolina

A união dessas dicas básicas, a vivência do processo, e até, o uso dos aplicativos trazem uma melhor rotina no setor de transportes. Não são a solução para todos os problemas da sua operação, mas podem dar uma luz para que novas possibilidades sejam vistas, que o seu software seja alimentado com os dados do campo e que os custos sejam reduzidos.